Encobre-se o poeta em seu nome
E assim
emboscado
Recolhe a graça
E se faz Mar
E barco...
E se unge
E se alcança
Marinheiro...
Torna-viagem de
si próprio arde.
E na amurada do
sonho funde as rotas
E todos os
mapas. E em todas as praias
Aporta.
Peregrino...
Em cada enseada
se derrama.
E em todas as
ilhas cativo.
E é mastro
altaneiro. E gávea.
E é o alvoroço
inaugural das ondas.
E o corpo em
flor de Nereide.
E o canto enfeitiçado...
Tece agora em
seu diário
A ortografia da
viagem. E o assombro.
E a vertigem.
E a vertigem.
E em registo
cifrado
Tabelião de
desacertos
Resguarda-se.
E desdizendo-se
se faz rota.
E do sangue
incendiado
Se faz Grito.
É companheiro das brumas
E Argonauta de
todas as demandas.
E de todas as
âncoras
O prodigioso dia!...
Manuel Veiga