O grito preso na
garganta
E a criança nos
braços. Morta. Como lâmina.
Túneis de ódio e
lama...
E o grande
Espectáculo
Da Guerra. E o mortífero
Esplendor.
E a banalização
da Tragédia
A escorrer da Pantalha.
E a indignada revolta.
Assumida.
E o Horror até à
Náusea. E o suspiro desmaiado.
Nas asas do
esquecimento. Breve que venha.
Pois incomoda. E
tanto.
Do Extermínio
que ora se incendeia
Não o Crime, nem
Castigo que seja.
Pois que apenas medida.
Doseada.
Desta Justiça fingida.
E dos falsários
da Hora.
As vítimas são a
lepra. E os carrascos
A mão que
embala...
Como libertar este
cerco? E esta raiva?
E soltar este
grito? Que de tão vivo se fez Martírio.
E sangue
consagrado.
Manuel Veiga