quinta-feira, setembro 27, 2012

ABRIR ALAS AO FUTURO...

 
 
 
 
A Mulher de Vermelho
 
Rasgam-se as cortinas e sob o foco a Mulher
Esguia como o tempo liberto como um punho
Erguido ao céu da praça cheia e às canções!
Maiakovski grita em métricas guturais:
 
“Abram alas ao futuro que perpassa nas dobras
Do manto vermelho!...”
 
A Mulher inclina-se em dignidade soberba
Segura nas mãos a flor dos dias e nos olhos
O fervor prenhe de lonjura e de distância
E a palavra ousada nos lábios escarlate
Como a túnica...
 
Cá em baixo uma criança soletra liberdade
Nas pétalas desfolhadas do cravo rubro
Que a mãe lhe dera com o leite
E o pai sorri com os imaculados dentes
Da fome. Com o grito! Com o canto...
 
E ergue o punho à mulher de vermelho
Que o acolhe em seu seio de cristal...
 
 
 
 
 
 

terça-feira, setembro 25, 2012

quarta-feira, setembro 19, 2012

MARIA TERESA HORTA...


 


"Sou uma mulher de esquerda"...
 
"Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência", salientou a escritora que acrescentou: "Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores".
 
Para Maria Teresa Horta, "o primeiro-ministro está determinado a destruir tudo aquilo que conquistámos com o 25 de Abril [de 1974] e as grandes vítimas têm sido até agora os trabalhadores, os assalariados, a juventude que ele manda emigrar calmamente, como se isso fosse natural".
 
A autora afirmou que "o país está a entrar em níveis de pobreza quase idênticos aos das décadas de 1940 e 1950 e, na realidade, é ele [Passos Coelho], e o seu Governo, os grandes mentores e executores de tudo isto".
 
"Não recuso o prémio que me enche de orgulho e satisfação, recuso recebê-lo das mãos do primeiro-ministro", deixou claro Maria Teresa Horta . AQUI
 
 
“Foste o meu passado
E serás meu futuro
Mesmo quando o futuro
tiver acabado
 
O princípio e o termo
A luz e o escuro
 
Quando o fim do presente
Já tiver terminado...”  

 

quinta-feira, setembro 13, 2012

POSTAL DE ATENAS ...


Generosos são os deuses que tecem filigranas
No corpo da noite...

Sempre ali estiveram as ilhas. Meus olhos
É que tardaram nessa bebedeira do sonho...

O voo é esta reclinação do tempo. Dispo-me
De mim e mergulho no magma. Como outrora
A cobiça dos impérios criava tempestades...

Pepitas luminosas no colar de Athena
As ilhas sempre ali foram. Homens e impérios
As profanaram no impudor da guerra. E no delírio
Das vitórias.

Gargantas bárbaras por onde escorre vinho
Generoso. Subtil veneno que entorpece
Como lento remoer da insubmissa espera...

Sou herdeiro desta miragem. Da infinita doçura
Que sara os golpes. E da mão que vinga.
E do apolíneo gesto que rasga a pedra.

E do bronze da história que clama.

E que reclama...
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Regresso agora. Ítaca reinventada. Pátria minha.
Ferida aberta...

 

 

 

 

 

Destroika - Que se Lixe a Troika 15 Setembro


Sem Pena ou Magoa

  Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente…     Vens assim inesperada me...