Lisa nos dedos
cresce a forma e o seixo
Arestas libertas
na geometria do verso
Fascínio de
palavras tão incertas
Como a espera do
gesto de colhê-las...
Agitam-se
freixos em aragem rarefeita
Corpos em tocha
sob gritos sustenidos
Corvos brancos
em círculo nos sentidos
Limiar de sombra
entre o verso e o seixo...
Fendem-se grutas.
Argila - febre ainda!
(Já não seixo).
E nas linhas modeladas
Explodem pedra e
verso no cio estival da seiva
- Furor de
potros sobre fêmeas!...
E na saliva das
horas demoradas tomba
A sombra sobre
os corpos e voam pássaros
No espasmo
vulcânico dos dias...
Indolência de
cigarra agora acesa. Nada corre.
Nem a brisa.
Apenas o verso arde em seu delírio.
Crepitam corpos
no cântico da tarde
E na memória
perfumada...
8 comentários:
Belíssimo
porque tambem hoje não quiseste salvar o mundo
só ajudar
Oi heretico
Seu poema reflete observações poéticas e literárias que desorganizam minha imaginação e fico a me perguntar_ como contemplar o invisível?
bom seria...
quando o 'verso arde em delírio' faço como poeta _'agarro-me aos braços quentes da realidade'e usufruo do acalanto que seu poema trás.
te mando abraços declaro toda admiração e desejo que as férias continuem a resultar em postais perfumados.
Uma maravilha!
Abraço
Ferias produtivas, eu diria.
Bom para nós que temos direito a postais assim!
Obrigada.
Gostei do furor dos potros sobre as fêmeas.
Muito original!
Apenas o verso, e, como diria um poeta que ambos conhecemos bem, já é tanto.
Um abraço.
Soube-me bem. Gostei.
Abraço
muito belo, com uma certa sensualidade nas palavras.
beijo
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