sábado, outubro 30, 2010
Entremês(ez) burlesco…
terça-feira, outubro 26, 2010
"No tempo em que festejava..."
sexta-feira, outubro 22, 2010
In illo tempore...
segunda-feira, outubro 18, 2010
domingo, outubro 17, 2010
A Europa e a Questão Social
terça-feira, outubro 12, 2010
Crise e divida na Europa...
A Associação Francesa de Economia Política lançou um “manifesto dos economistas aterrorizados”, com o qual se pretende lançar um debate sobre a “Crise e a Dívida na Europa” Trata-se de contribuir para a desmitificação dos chavões que o liberalismo económico e que, no momento actual, constituem garrote sufocante do desenvolvimento económico e social dos países dos países e
da soberania dos Povos.
Ao longo de escassas de 15 páginas, numa linguagem acessível, perpassa uma análise crítica de “10 falsas evidências” que o liberalismo económico reinante, impõe, como verdades absolutas, ao discurso político e à acção dos governos.
E, mais importante ainda, para cada “falsa evidência”, os autores do documento propõem um conjunto de alternativas medidas, no total de “22 medidas para sair do impasse”
O manifesto pode ser lido integralmente em http://arrastao.org/sem-categoria/manifesto-dos-economistas-aterrorizados/
Deixo-vos, entretanto, com alguns excertos da introdução:
"
A retoma económica mundial, que foi possível graças a uma injecção colossal de fundos públicos no circuito económico (desde os Estados Unidos à China) é frágil, mas real. Apenas um continente continua em retracção, a Europa. Reencontrar o caminho do crescimento económico deixou de ser a sua prioridade política. A Europa decidiu enveredar por outra via, a da luta contra os défices públicos
“Na União Europeia, estes défices são de facto elevados – 7% em média em 2010 – mas muito inferiores aos 11% dos Estados Unidos. Enquanto alguns estados norte-americanos com um peso económico mais relevante do que a Grécia (como a Califórnia, por exemplo), se encontram numa situação de quase falência, os mercados financeiros decidiram especular com as dívidas soberanas de países europeus, particularmente do Sul.
A Europa, de facto, encontra-se aprisionada na sua própria armadilha institucional: os Estados são obrigados a endividar-se nas instituições financeiras privadas que obtêm injecções de liquidez, a baixo custo, do Banco Central Europeu (BCE).
Por conseguinte, os mercados têm em seu poder a chave do financiamento dos Estados. Neste contexto, a ausência de solidariedade europeia incentiva a especulação, ao mesmo tempo que as
agências de notação apostam na acentuação da desconfiança. (…)
Da Holanda a Portugal, passando pela França com a actual reforma das pensões, as prestações sociais estão em vias de ser severamente amputadas. Nos próximos anos, o desemprego e a precariedade do emprego vão seguramente aumentar.
Estas medidas são irresponsáveis de um ponto de vista político e social, mas também num plano estritamente económico. Esta política, que apenas muito provisoriamente acalmou a especulação, teve já consequências extremamente negativas em muitos países europeus, afectando de modo particular a juventude, o mundo do trabalho e as pessoas em situação de maior fragilidade. (…)
Supõe-se que a economia esteja ao serviço da construção de um continente democrático, pacífico e unido. Mas em vez disso, uma espécie de ditadura dos mercados é hoje imposta por toda a parte, particularmente em Portugal, Espanha e Grécia, três países que eram ditaduras no início da década
de setenta, ou seja, há apenas quarenta anos.
Quer se interprete como um desejo de “tranquilizar os mercados”, por parte de governantes assustados, quer se interprete como um pretexto para impor opções ditadas pela ideologia, a submissão a esta ditadura não é aceitável, uma vez que já demonstrou a sua ineficácia económica e o seu potencial destrutivo no plano político e social.
Um verdadeiro debate democrático sobre as escolhas de política económica deve pois ser aberto, em França e na Europa. (…) A lógica neoliberal é sempre a única que se reconhece como legítima, apesar dos seus evidentes fracassos (..) Quer se trate da eficiência e da racionalidade dos mercados financeiros, da necessidade de cortar nas despesas para reduzir a dívida pública, quer se trate de reforçar o “pacto de estabilidade”, é imperioso questionar estas falsas evidências e mostrar a pluralidade de opções possíveis em matéria de política económica.
Outras escolhas são possíveis e desejáveis, com a condição de libertar, desde já, o garrote imposto pela indústria financeira às políticas públicas. (…)”
sábado, outubro 09, 2010
Pequeno nome das ervas....
No brado úbere da terra milhares de fios de Penélope
Sobre o cotovelo dos dias de espera
E barcos vazios
E o sangue fermente
Macerado na dor da
ausência...
Há nesse grito a eterna sede das "mulheres de Atenas"
Vestidas de negro e de olhar profundo
De pranto escorrido
No riso em cascatas festivas como bacantes
Em febre...
E no pequeno nome das ervas
E no trevo dos caminhos
A inocência do canto de todas as partilhas…
E a felina gruta de resguardo das coisas simples...
E o bálsamo e a água
Com que o mistério do amor celebra
O corpo de proscritos…
E no bordão dos peregrinos
E no livro das Horas nacarado
E na espada
E no selo
E em todas as juras...
E nos maculados pés
E no resguardo dos portais...
E na fome dos dias por abrir
A fecunda dor de todas as colheitas
E o sândalo de todos os cansaços...
sábado, outubro 02, 2010
Até quando?...
Acolitado pelo Ministro da Finanças, o senhor Primeiro-ministro (ou seria o Ministro das Finanças acolitado pelo Primeiro-ministro?) convocou luzida conferência de imprensa para anunciar ao País o desastre!...
“Medidas duras” a exigirem coragem – clama, afivelando a pose de “dor no coração” o Primeiro-ministro!... “Medidas necessárias” para aplacar os mercados financeiros – sustenta, pingando a lágrima das noites mal dormidas, o senhor Ministro das Finanças!...
Do alto de seu ilustre cargo, o senhor Presidente da República contorce-se em esgares de protagonismo, caído como “mel na sopa”, a adoçar motivações para nova candidatura presidencial…
No Parlamento, a direita encena a rábula! Nega com a boca o que lhe vai no coração – quer dizer, aumenta a parada para deixar passar o orçamento… que faria!
Na pantalha das televisões, os habituais ex-ministros das Finanças e “catedráticos” falando de cátedra como seria de esperar, rasgam as vestes em compungido amor pátrio (como se não tivessem sido, durante décadas, a caução das políticas prosseguidas) e, em dantescas visões, exigem mais e mais do cidadão pagante e do corpo exaurido da Pátria…
Nas excelsas instâncias comunitárias, a burocrática ambivalência – a cenoura dos aplausos numa mão e o chicote da ameaça na outra!...
Seriam ridículos, não fora a dimensão da tragédia!...
Haja Deus! O povo é sereno e os mercados vão acalmar. Depois deste novo aperto o deficit das finanças públicas, no ano de 2012, estará “mais ou menos” (Primeiro-ministro dixit) ao nível do deficit da Alemanha!... Ora bem sabemos quanto são seguras as previsões de Sócrates e do seu Governo…
Porém eu, céptico, que pouco sabe de economia e menos de finanças, retenho a informação, porventura distraída do senhor Primeiro-ministro, de que o orçamento para 2011 ficará ao nível das receitas de 2008. Querem maior confissão de fracasso da governação e deretrocesso do País?
O velho Mestre de Finanças Públicas, prof. Teixeira Ribeiro, deve estar a dar voltas no túmulo.
Pois não é pressuposto dos cânones do equilíbrio orçamental o aumento constante das receitas do Estado em razão do aumento da matéria colectável e do desenvolvimento do económico.
Reconhecer que as receitas públicas regridem é, assim, a confissão do desastre políticas económicas e da consequente anemia do País…
Nada que pessoas avisadas não tenham patrioticamente alertado, defendendo outra política, em ruptura com as políticas de desastre nacional, que o PS e o PSD, em alternância, têm imposto ao País, há dé
cadas, sob a batuta da instâncias comunitárias…
Quem não se lembrará da parábola da panela de ferro e da panela de barro, introduzida no discurso político, quando da adesão ao euro, pelo então deputado Carlos Carvalhas? Pois bem, são hoje muitos dos que na altura procuram ridicularizá-lo, a reconhecerem, por caminhos ínvios, que a adesão ao euro “foi precipitada”…
Ter razão antes de tempo? Mais do que isso: trata-se de um exercício de bom senso, e não permitir que ideias feitas à medida dos interesses económicos dominantes ofusquem o diáfano peso da realidade.
“Os factos são teimosos”, porém. Aí temos, portanto, a reluzente panela de ferro da anafada economia alemã, a desfazer em cacos as débeis economias periféricas, no abraço de urso de uma União Europeia à sua medida…
Até quando abusarão da nossa paciência?
Até quando?
Para Um Novo Teorema da Fisica Moderna
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